sábado, 4 de abril de 2015

A ressurreição de Cristo: fonte da nossa esperança


Ressoa em nossos ouvidos a alegria do grito contido em nossos corações nos dias de Quaresma: “Aleluia! Cristo ressuscitou como disse! Aleluia!”A cada ano, Deus nos dá a graça de nos renovarmos pela celebração da Páscoa de seu Filho. Sempre é a sua Páscoa que celebramos quando nos reunimos em assembleia. Todavia, faz-se necessário, nesta solenidade anual, renovar a nossa esperança e reavivar em nossa mente a força desse acontecimento glorioso.Somos filhos da ressurreição e hoje nos reunimos nesta assembleia, ao redor da mesa da Palavra de Deus, para recebermos o alimento dos ressuscitados, daqueles que vivem na luz, porque são filhos da luz!
Foi num dia como hoje, num domingo, no primeiro dia da semana, que Maria Madalena foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, e, vendo a pedra removida percebeu que lá não estava mais o seu Senhor. Ela pensava que haviam levado o corpo do Senhor. Todavia, João nos revela no seu evangelho, que quando ele entrou no túmulo, depois de ter dado a precedência a Pedro, ele viu os sinais – o túmulo vazio, os panos enrolados em um lugar à parte – e ele, então, acreditou. Em que João acreditou? Acreditou na Palavra que Cristo havia lhes dito: que Ele devia ressuscitar dentre os mortos. Até que essa Palavra se cumprisse os discípulos ainda não haviam entendido o que ela significava.
Madalena, João e Pedro se anteciparam. Foram movidos pelo amor. Maria Madalena, nos diz o evangelho, vai ao sepulcro enquanto ainda está escuro. Ela é a primeira a ver os sinais da ressurreição e será, também, a primeira a ver o Ressuscitado. Ele aparece a uma mulher; a alguém cujo testemunho não gozava de autoridade. Ele sempre e continuamente escolhe os pequeninos. Devemos fazer como ela. Antecipemo-nos para contemplar o Senhor na sua ressurreição. Corramos como João e Pedro que quiseram também ver o que Madalena havia visto. Era o Ressuscitado que interiormente os atraia. O Ressuscitado também interiormente nos atrai. E nós, ainda também no escuro, nas trevas do nosso coração, somos movidos e conduzidos para a luz da ressurreição, para esse encontro pascal.

A ressurreição de Cristo é o centro da nossa fé. Como nos diz São Paulo em seus escritos: “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé.” A sua ressurreição é um fato histórico. Pedro se coloca como testemunha da ressurreição, como ouvimos na primeira leitura. A primeira a encontrar o Ressuscitado e a dar testemunho disso aos irmãos é uma mulher; alguém cujo testemunho não era assim tão relevante. Se os evangelistas conservaram esse testemunho, isso é sinal de que eles não inventaram nada, mas pelo contrário, o encontro com o Ressuscitado foi tão forte que os fez entender tudo o que Cristo havia dito e realizado sob um novo olhar. O que antes eles viam “sem realmente ver” e ouviam “sem realmente ouvir”, agora se lhes torna claro, porque recebem a luz da ressurreição.

Mergulhados no meio da desesperança e de palavras de morte olhamos para a ressurreição do Senhor. Ela é a fonte da nossa esperança. Às vezes pensamos que Cristo poderia ter ressuscitado, realizado o julgamento de todos e estabelecido o seu reino e pronto. Todavia, nos teria sido negada a maravilhosa aventura da vida. Dessa vida cheia de tribulações, dessa vida que teme a morte, mas que pode olhar para a ressurreição e transfigurar tudo. É maravilhoso saber que Cristo venceu o nosso maior temor. No fundo tememos a morte. Pecamos também porque tememos a morte e queremos aproveitar ao máximo todas as sensações e prazeres desse mundo. Mas, quando percebemos que a morte não nos apavora, que Cristo a destruiu em nossa carne mortal, que embora tenhamos de passar por ela, ela já foi destruída, isso nos enche com um novo ânimo, nos faz querer caminhar mais, nos faz querer ir ao encontro de Cristo, para encontrar a nossa vida que, com Ele, como nos diz o apóstolo, está escondida.

O que deve ser a nossa vida aqui? Nós, que ressuscitamos com Cristo, devemos nos esforçar por encontrar as coisas do alto, onde está Cristo. A nossa vida não deve ser outra coisa que anunciar a ressurreição, com nossas palavras e com nossa vida. Não basta dizermos que Cristo ressuscitou, é necessário que sejamos nós mesmos pessoas-anúncio, pessoas-sacramento dessa presença do Ressuscitado no meio do mundo. Devemos aspirar às coisas do alto. A nossa vida está escondida com Cristo e, se queremos a vida, devemos cada vez querer encontrar a Cristo. Meus irmãos, desejo que a nossa penitência quaresmal tenha sido uma autêntica busca de Cristo. Se apenas sacrificamos o nosso corpo, isso agora vai desaparecer no tempo pascal, sem deixar vestígio algum. Todavia, se aquilo que aos olhos humanos parecia sacrifício e renúncia era uma autêntica busca de Cristo, o exercício agora se tornará uma prática, diária e constante e cada vez mais estaremos próximos daquele que é a Vida.

“Este é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e n’Ele exultemos!”, nos diz o salmista. Alegremo-nos sabendo que “a mão direita do Senhor nos levantou”. Ele nos levantou do pecado, das trevas e da morte e nos deu uma vida nova e, quando passarmos deste mundo para o Pai, Ele nos levantará definitivamente. Alegremo-nos e vivamos estes 50 dias como um grande e único domingo, como um dia de festa solene, em que a alegria do Ressuscitado enche o nosso coração de luz.

Audiência: a vida não termina na pedra de um sepulcro. Vai além

Por: Rádio Vaticano

Nesta Semana Santa, o Papa acolheu milhares de peregrinos, na Praça S. Pedro, para a Audiência Geral desta quarta-feira (1º/04).
Francisco dedicou sua catequese ao Tríduo Pascal, que tem início na Quinta-Feira Santa com a Santa Missa da Ceia do Senhor.
O Evangelho desta celebração, com o rito do lava-pés, expressa o significado da Eucaristia como serviço a Deus e aos irmãos: o Filho do homem, de fato, não veio para ser servido, mas para servir. “Se não nos aproximamos da santa Comunhão sem estar sinceramente dispostos a lavar os pés uns dos outros, não reconhecemos o Corpo do Senhor”, disse o Papa.
Adoração da Cruz
Já na liturgia da Sexta-feira Santa, meditamos o mistério da morte de Cristo e adoramos a Cruz. Nos últimos instantes de vida, Jesus disse: “Está consumado!”. Isso significa que a obra de salvação foi realizada, explicou o Papa. Com o seu sacrifício, Jesus transformou a maior injustiça em amor maior.
No decorrer dos séculos, homens e mulheres refletiram um raio deste amor perfeito, pleno e puro, acrescentou Francisco, citando como exemplo o “testemunho heroico” do sacerdote italiano Andrea Santoro, assassinado na Turquia em 2006. Também hoje, disse ele, há tantos homens e mulheres que são verdadeiros mártires que oferecem sua vida com Jesus para professar a fé.
“É um serviço, o serviço do testemunho cristão até o sangue. Serviço que nos fez Cristo. Este é o significado da expressão ‘está consumado’. Que belo será que todos nós, no final de nossa vida, com nossos erros, nossos pecados, com nossas boas obras, com nosso amor ao próximo, possamos dizer ao Pai: ‘Está consumado’. Certamente, não com a perfeição de Cristo, mas: “Senhor, fiz tudo o que pude”. Adorando a Cruz, olhando Jesus, pensemos no amor, no serviço, na nossa vida, nos mártires cristãos e nos fará bem pensar no final da nossa vida. Ninguém de nós sabe quando isso vai acontecer, mas podemos pedir a graça de poder dizer: Pai, fiz o que pude. Está consumado.”
Repouso de Cristo
O Sábado Santo é o dia em que a Igreja contempla o “repouso” de Cristo no túmulo depois do combate da cruz. Neste dia, a Igreja, mais uma vez, se identifica com Maria. Na escuridão que envolve a criação, Ela permanece só a manter a chama da fé acesa, esperando contra toda a esperança na Ressurreição de Cristo.
Além do sepulcro
Na grande Vigília Pascal, em que ressoa novamente o Aleluia, celebramos Cristo Ressuscitado. “Às vezes, disse o Papa, a escuridão da noite parece envolver a alma e pensamos: «Tanto…já não há nada a fazer!» E o coração sente-se sem forças para amar. Mas justamente naquela escuridão, Cristo acende o fogo do amor de Deus: uma centelha rompe a obscuridade e anuncia um início. A pedra da dor é abatida, deixando espaço à esperança. Eis o grande mistério da Páscoa!”
Cristo venceu a morte e nós, com Ele, destacou Francisco. “Nossa vida não termina na pedra de um sepulcro, ela vai além, com a esperança. Como cristãos, somos chamados a ser sentinelas da manhã.”
O Papa então exortou os fiéis: “Queridos irmãos e irmãs, nesses dias do Tríduo Sagrado, não nos limitemos a celebrar a paixão do Senhor, mas entremos no mistério, façamos nossos os seus sentimentos, as suas atitudes. Assim, a nossa será uma “feliz Páscoa”.

Procissão do Senhor Morto -Arquidiocese deTeresina

Silêncio, jejum e oração marcam a sexta-feira santa para a Igreja Católica. A Arquidiocese de Teresina esteve reunida na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Dores para vivenciar um momento de penitência e adoração à cruz de Cristo. A celebração da Paixão do Senhor foi conduzida por Dom Jacinto Brito, arcebispo de Teresina, que na oportunidade, fez memória a dor e ao sacrifício de Jesus na cruz para a salvação da humanidade. Logo após a celebração, os fiéis saíram em procissão, com as imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores, rumo a Igreja de São Benedito, no centro da capital.
 Para a devota Lídia Almeida, ministra da Eucaristia, esse também é um momento de sentir a dor de Maria, que teve o seu coração transpassado pela espada, ao enxergar seu filho morto na cruz. “São os passos de Maria que também seguimos nessa procissão. Caminhamos em oração por tantas mães que sofremCom a chegada da procissão, no adro da Igreja de São Benedito, Dom Jacinto Brito, animou os fiéis ao comparar a permanência de Nossa Senhora, até a morte, tanto com o seu filho Jesus, como com toda a humanidade. “Ao lado de Jesus, sempre teve Nossa Senhora, como nessa procissão. Assim também ela permanece conosco durante toda a nossa vida”, disse o arcebispo de Teresina. Ao finalizar suas palavras, Dom Jacinto Brito, incentivou todos os presentes a participar da Procissão do Cristo Ressuscitado, que acontece no próximo domingo, dia 05 de abril.  e por tantas aflições do mundo inteiro”, disse Lídia.


quarta-feira, 1 de abril de 2015

A programação da Semana Santa na Catedral de Teresina você confere logo abaixo:

1º DE ABRIL - QUARTA- FEIRA SANTA
06:30H - MISSA
08:00H - ÀS 12:00H - CONFISSÃO
15:00H - ÀS 17:00H - CONFISSÃO
17:00H - MISSA PELOS ENFERMOS E IDOSOS

02 DE ABRIL - QUINTA- FEIRA SANTA
07:00H - LAUDES ( ORAÇÃO DA MANHÃ)
08:00H - ÀS 12:00H - CONFISSÃO
15:00H - ÀS 17:00H - CONFISSÃO
19:00H - MISSA DA CEIA DO SENHOR

03 DE ABRIL - SEXTA- FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR
07:00H - LAUDES ( ORAÇÃO DA MANHÃ)
15:00H - CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
Em seguida, procissão do Senhor morto até o adro da Igreja São Benedito

04 DE ABRIL -SÁBADO SANTO
07:00H - LAUDES ( ORAÇÃO DA MANHÃ)
21:00H - SOLENE VIGÍLIA PASCAL

05 DE ABRIL - DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
07:30H - MISSA
11:00H - MISSA ( CENTRO PAROQUIAL)
16:00H - PROCISSÃO E MISSA DO SENHOR RESSUSCITADO ( PARQUE  POTYCABANA E PONTE ESTAIADA)

Veja aqui os horários de missas nas Igrejas de Teresina

Telefone(s): (86) 3222-2584
Missas: 
 
Domingo:
07:30, 18:00
Segunda-feira:
17:00
Terça-feira:
06:30, 17:00
Quarta-feira:
06:30, 17:00
Quinta-feira:
06:30, 17:00
Sexta-feira:
06:30, 17:00
Sábado:
06:30, 17:00
 
DOMINGO ÀS 9H. NO CENTRO PAROQUIAL – AV. JOSÉ DOS SANTOS E SILVA, 1920.
DIA 15 DE CADA MÊS MISSA ÀS 12 HORAS
ESTES HORÁRIOS ESTRÃO EM VIGOR ATÉ O DIA 16 DE FEVEREIRO DE 2013
 

 
Telefone(s): (86) 3221-8254
Missas:
Domingo:
07:00, 09:00, 11:00, 17:00
Segunda-feira:
07:15, 12:00, 17:00
Terça-feira:
07:15, 12:00, 17:00
Quarta-feira:
07:15, 12:00, 17:00
Quinta-feira:
07:15, 12:00, 17:00
Sexta-feira:
07:15, 12:00, 17:00
Sábado:
07:15, 17:00
 


Telefone(s): (86) 3222-2667
Missas:
Domingo:
06:30, 09:00, 11:00, 18:00
Segunda-feira:
06:30, 17:30
Terça-feira:
06:30, 17:30
Quarta-feira:
06:30, 17:30
Quinta-feira:
06:30, 17:30
Sexta-feira:
06:30, 17:30
Sábado:
06:30, 17:30



Telefone(s): (86) 3232-2030
Missas:
Domingo:
08:00, 19:00
Terça-feira:
18:00
Quarta-feira:
18:00
Quinta-feira:
18:00
Sexta-feira:
18:00
Sábado:
18:00
Segunda Segunda-feira:
18:00
Obs.: Toda 2ª Segunda-Feira de cada mês: Missa de Cura Interior às 18:00.



Paróquia São Raimundo Nonato
Telefone(s): (86) 3232-2030
Missas:
Domingo:
06:00, 08:00, 19:00
Terça-feira:
19:00
Quarta-feira:
19:00
Quinta-feira:
19:00
Sexta-feira:
19:00
Sábado:
19:00



Paróquia São Pedro Apòstolo
Av. Valter Alencar, 2555 - São Pedro
Telefone(s):(86) 3218-6520 
Missas:
Domingo:
07:00, 19:00
Segunda-feira:
18:30
Terça-feira:
18:30
Quarta-feira:
18:30
Quinta-feira:

1 Sexta-feira:
18:00
Sábado:

Obs.: Todo dia 13 missa ao meio dia na Igreja matriz

Notícias- Arquidiocese de Teresina

Missa do Crisma reúne centenas de fieis na Catedral de Teresina


A Santa Missa do Crisma, popularmente conhecida como a Celebração dos Santos Óleos, reuniu centenas de fieis na noite dessa segunda-feira (30), na Igreja Catedral de Nossa Senhora das Dores, Centro da capital. Dom Jacinto Brito presidiu a celebração, acompanhado pelos 90 padres que compõem a Arquidiocese de Teresina, além de diáconos, religiosos, leigos. Na oportunidade, também foi celebrada a renovação das promessas sacerdotais do Clero.

Dois pontos são fundamentais nesse rito, que marca a programação da Semana Santa: a bênção dos óleos do batismo e dos enfermos, bem como a consagração do óleo do crisma, e a renovação das promessas sacerdotais, momento em que os padres renovam seu compromisso com a vocação presbiteral diante do bispo e da comunidade.

“Quando nós realizamos a bênção dos óleos é também no sentido da unidade: a Igreja passa a integrar-se ao longo de todo o ano, com a distribuição do óleo novo, que ganha o lugar do óleo velho. A unidade é o ponto central desta Santa Missa”, pontuou Dom Jacinto Brito, arcebispo de Teresina.
Após a bênção e consagração dos óleos, segundo o Padre Osório Barbosa, pároco da Catedral, as paróquias já utilizam o novo óleo ainda dentro da Semana Santa, a exemplo da visita aos enfermos. “E aqui também nós renovamos nosso compromisso de fé e vida. Padres reafirmam sua vocação sacerdotal, numa celebração que marca a nossa caminhada na Igreja”, completou.

 

Quaresma: pano roxo e Santa Verônica



É COSTUME MUITO antigo e piedoso na Igreja que, a partir do quinto Domingo da Quaresma, – também chamado de Primeiro Domingo da Paixão (que é o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor), – cobrir com panos roxos as cruzes, quadros e imagens sacras. As cruzes permanecem cobertas até o final da Liturgia da Sexta-feira Santa, os quadros e demais imagens até a celebração do Sábado Santo ou de Aleluia, a noite que antecede o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor.

O sentido profundo de se cobrir as imagens sacras fundamenta-se no luto pelo sofrimento do Cristo, levando os fiéis a refletir, ao contemplar os objetos sagrados cobertos com a cor roxa, que simboliza a dor, o recolhimento e a penitência. O ápice do despojamento ocorre após a Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa, quando retiram-se as toalhas do Altar. A cruz coberta lembra-nos a humilhação de Nosso Senhor, que precisou ocultar-se para não ser apedrejado pelos judeus, como nos relata o Evangelho segundo S. João (10, 31-32.39-40)


O cântico de Verônica durante a Procissão do "Senhor Morto"

Verônica, segundo tradição antiquíssima, enxugou o rosto de Cristo a caminho do Calvário, e a imagem da Sagrada Face ficou gravada no véu. Este episódio não consta das Sagradas Escrituras canônicas, mas já era contado nas comunidades primitivas da Igreja, tan to que o nome de Verônica é mencionado no livro apócrifo “Atos de Pilatos”, do século VI, no capítulo VII, sendo associada à mulher curada de hemorragia por Jesus (cf. Lucas 8,43-48).
Na procissão da Sexta-feira Santa, Verônica canta a Lamentação: “Ó, vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor igual à minha dor.” Ressalta a dor do Cristo que padece pela humanidade. Note-se que nos tempos antigos eram comuns os cânticos de lamentação nos velórios, conforme o testemunho dos evangelistas S. Marcos e S. Mateus:

Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações. Entrou e disse-lhes: 'Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo!'” (Mc 5,38-39)
Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.” (Mt 9,23-24).

Antes da reforma litúrgica do Conc. Vaticano II, era obrigatório cobrir com véus roxos todas as cruzes e imagens expostas ao culto nas igrejas. No Missal Romano de S. Pio V, terminada a Missa do Sábado, que precedia o Domingo da Paixão (atual V Domingo da Quaresma), vinha esta rubrica:

Antes das Vésperas, cobrem-se as Cruzes e Imagens que haja na igreja. As Cruzes permanecem cobertas até ao fim da adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, e as Imagens até ao Hino dos Anjos (Glória a Deus nas Alturas) no Sábado Santo”.

Vê-se que era um costume ligado às duas últimas semanas da Quaresma, através do qual se desejava centrar a atenção dos fiéis no Mistério da Paixão do Senhor. Tudo o que pudesse desviá-la, como eram as imagens dos Santos, cobria-se. De onde vinha este costume? Provavelmente dos finais do primeiro milênio da era cristã, ou inícios do segundo.

As normas litúrgicas atuais, segundo rubrica do Missal Romano de Paulo VI, diz que depois da Missa do Sábado anterior ao V Domingo da Quaresma:

O costume de cobrir as cruzes e as imagens das igrejas pode conservar-se, conforme o parecer da Conferência Episcopal. As cruzes permanecem cobertas até ao fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-‑Feira Santa; as imagens, até ao começo da Vigília Pascal (cf. Missal Romano atual [Ed. do Altar], p. 206)

Como podemos constatar consultando o Missal Romano, atualmente são dadas opções: a) pode-se cobrir as imagens ou não; b) se cobertas, mantê‑las assim desde a tarde do sábado anterior ao V Domingo da Quaresma até ao começo da Vigília Pascal. A rubrica é clara: “... as imagens permanecem cobertas até ao começo da Vigília Pascal”.